segunda-feira, 20 de maio de 2013

O QUE É O PATHWORK? (Palestra Introdutória)

O Pathwork é uma disciplina espiritual contemporânea. É baseada num corpo de
ensinamentos inspirados por uma entidade espiritual de sabedoria profunda que se nomeia a si
próprio como - O GUIA. Estes ensinamentos chegaram até nós na forma de 258 conferências,
através do canal de EVA PIERRAKOS nos EUA, desde 1957 até o ano de sua morte em 1979.

O termo " PATHWORK " refere-se aos ensinamentos, ao trabalho contínuo de praticar e
integrar os conceitos e ao conjunto de exercícios colocados nas conferências, e àqueles que se
agrupam para se dar suporte mútuo neste trabalho.

O Pathwork é: as conferências, o estudo, os exercícios práticos e o grupo que trabalha junto.

As conferências são o coração do Pathwork. Elas cobrem um grande espaço - das relações
humanas à meditação, da responsabilidade global à orientação espiritual, indo até o amor divino.
Elas são unidas por um objetivo comum de uma vida maior, uma liberdade na qual os bloqueios e a
resistência em todos os níveis tenham sido dissolvidos e todas as energias da vida fluam através do
corpo e da alma. Ensinam que todos nós podemos aprender a abrir o canal para a nossa sabedoria
interior e a ouvir a voz do nosso Eu Divino. Nesse estado as pessoas - sós  e em comunidade - têm
acesso a conhecimento, energia, prazer e amor ilimitados. Nesse estado o servir e o dar são naturais
e não exigem esforço.

As conferências proporcionam uma estrutura conceitual para o nosso trabalho, o trabalho de
auto purificação: o  desvencilhar-se das ilusões a respeito de nós mesmos, dos outros e da natureza
da realidade; das defesas contra o amor, o compromisso e a mudança; da relutância em assumir a
total responsabilidade por nossas ações, pensamentos e circunstâncias. É um processo de resgate do
Eu Real, do Eu Unificado, que é tanto ativo quanto receptivo, a um tempo vazio e pleno, só e
relacionado. O Eu livre é responsável e feliz.

O Guia nos desperta, através das conferências, para a natureza e a origem do bem e do mal e
mostra como cada um deles se manifesta no nível humano de consciência. O crescimento espiritual
significa não apenas deixar de criar a escuridão por meio de nossa resistência ao Princípio Universal
de Vida; é também uma questão de fortalecer a manifestação do bem e, por fim, transcender a
dualidade entre o  bem e o mal. As conferências são lúcidas e poderosas ao mostrar-nos como
reforçar a nossa identificação com o Divino, como submetermo-nos ao imperativo da vida.

Muitos dos conceitos introduzidos por elas são realmente revolucionários: têm o poder de
minar a estrutura de hábito e desesperança e de liberar tremenda energia para o crescimento, para a
mudança, para o servir. As conferências são um mapa para aqueles que são chamados pelo anseio
por uma relação mais verdadeira consigo mesmos e com a vida e para quem a auto purificação é ao
mesmo tempo uma necessidade e um prazer.

O PATHWORK é um modo de vida. É a senda que conduz à nossa verdade mais interior,
que é bela. Alguns de vocês podem duvidar disso pois muitas vezes ao olharem o próprio interior,
viram feiúra e dor, fugindo rapidamente para longe. Essa jornada para dentro pareceu-lhes perigosa.
Porém, o simples fato de estarem aqui mostra que sabem que ela vale a pena.
           
Todos nós temos uma máscara exterior e é ela que apresentamos ao mundo. Imaginamos que
fingindo ser diferentes daquilo que acreditamos ser realmente, vamos conseguir o amor e a
aprovação pelos quais ansiamos, pois, bem no fundo, sentimos que somos maus, desprezíveis. No
entanto, quando exploramos essa área má e desprezível em nós mesmos, penetramos na camada
mais profunda, no nosso Centro, que contém toda a beleza, sabedoria e criatividade. Grosseiramente
podemos traçar um diagrama de um círculo, a camada externa, a máscara, sob os traços negativos de
caráter, e, no centro, a luz. Como podemos saber que isso é verdade? Experimentando.

Nesse trabalho, a máscara externa é rapidamente penetrada e chegamos à questão: por que, em
primeiro lugar, precisamos dela? Se somos tão bonitos por dentro, por que estamos tão feios a
ponto de precisar encobri-lo? A camada feia é a Camada das Defesas. Mas do que precisamos nos
defender e por que o fazemos com tanto ódio e veneno?

Uma das explicações básicas do Guia para isso é que formamos concepções errôneas, na
infância, sobre o mundo, sobre as pessoas, sobre nós mesmos e sobre a natureza da vida. Ele as
chama de imagens, pois estão profundamente incrustadas na substância da nossa alma. Algumas
dessas concepções são trazidas por nós de encarnações anteriores, mas não podemos trabalhar com
elas e certamente não é necessário que nos demoremos sobre esse aspecto; nós trabalhamos com
esta vida. Digamos que uma garota tem uma mãe super protetora e um pai que a rejeita, ou pelo
menos ela os experimenta dessa maneira. Ela crescerá acreditando que pode conseguir o que quiser
das mulheres, mas nada dos homens. Essa crença vai atrair para ela, mulheres protetoras e homens
que a rejeitam, e ela vai realmente acreditar que a sua idéia de que todos os homens são cruéis e
todas as mulheres são gentis e permitirão tudo a ela, estará confirmada. Ela não será capaz de ter um
relacionamento satisfatório com um homem até que resolva a sua falsa convicção e, assim, torna-se
aberta para um tipo de experiência diferente. Este é, naturalmente, um exemplo muito simplificado.
Nossas concepções erradas criam padrões de vida muito complicados. Continuando o exemplo, essa
garota vai encouraçar-se contra a suposta crueldade dos homens de alguma maneira; talvez sendo ela
mesma cruel para não experimentar a dor da rejeição. Ela pode vender-se a outras mulheres, agir
como uma criança e odiar-se por isso. Ela pode envergonhar-se da sua falta de sucesso com os
homens e bancar a "Vamp", ou a intelectual ou o  que quer que seja. Ela irá odiar a si mesma, cada
vez mais convencida de que a vida a está ameaçando injustamente.  Essa altura ela já esqueceu que
originalmente havia essa grande dor de não receber do pai aquilo que ela queria. Esqueceu também
sua culpa por tentar consegui-lo traindo a mãe e bajulando o pai. A vida parece um caos sem saída.
Ela terá problemas no trabalho pois associará seus superiores ao seu pai ou à sua mãe. Será bastante
tensa por dentro, porque reprimiu os sentimentos originais de dor, e então ela teve que reprimir os
sentimentos de ódio, crueldade e raiva. Ela acredita que a sua máscara de doçura é o seu eu real e
que as pessoas tiram vantagem dela.

Nossas crenças interiores, nossas concepções falsas, penetram todos os aspectos da
personalidade humana: nosso corpo, nossos sentimentos, nosso pensar e nossa espiritualidade. Todo
ser humano tem esses aspectos e, para tornarmo-nos completos, unidos com nós mesmos e com o
Universo, temos que ver as distorções em todos esses aspectos e trabalhar com elas.

Quando estamos com medo, por exemplo, nós contraímos os nossos músculos. Os
sentimentos originais, fluentes, de um bebê ficam bloqueados também no corpo à medida que a
criança contrai o fluxo dos seus sentimentos. O corpo mostra muito claramente esses bloqueios e,
através do trabalho da bioenergética, podemos reconhecer e libertar os nós, para deixar passar os
sentimentos e conectarmo-nos novamente com o nosso corpo. Muitas pessoas são desconectadas -
odeiam os seus próprios corpos e vivem na cabeça. Para descobrir quais são os nossos sentimentos
reais em qualquer momento, que outros sentimentos aqueles encobrem, trabalhamos em sessões
individuais e grupais. Usamos o nosso intelecto para incorporar os reconhecimentos emocionais em
nosso sistema inteiro, para corrigir nossas concepções errôneas, para reformular nossos conceitos,
alinhados com a verdade experimentada. Aprendemos também conceitos verdadeiros escutando as
conferências do Guia. Especificamente, dedicamo-nos a encontrar essa verdade, meditamos de
maneiras específicas para estabelecer contato com a nossa Essência interior e com as forças de
criatividade e amor do Universo.

Aprendemos que existem leis espirituais muito específicas que governam a vida e que essas leis
são justas, e que quando nós as violamos, estamos violando a nós mesmos. A lei básica é a lei da
auto responsabilidade. Nós somos responsáveis por aquilo que somos e não foram nossos pais ou a
vida quem "fez isso a nós". Estamos fazendo escolhas constantemente; nós reagimos a situações
externas à nossa própria maneira e, dessa forma, criamos conseqüências que, por sua vez,
provocarão certos eventos. Quando não vemos a relação de causa e efeito de nossas vidas é porque
muitas das causas estão recalcadas no nosso subconsciente. Desenterrar essas causas de lá de onde as
enterramos para evitar encará-las, é a nossa tarefa. Enquanto os nossos sentimentos negativos não
forem reconhecidos, eles terão poder sobre nós e sobre nossas vidas. Ao reconhecê-los, podemos
observá-los em ação, ver claramente a sua destrutividade e modificá-los.

E neste ponto deparamo-nos com outro ensinamento básico. O Universo é um sistema
energético permeado por consciência, ou antes, energia e consciência são uma coisa só, embora seja
difícil para nós entender esse conceito. Contudo, a energia de vida que está em cada célula do nosso
corpo, que é a nossa consciência, é boa, sábia e abundante. E é a mesma energia positiva que nós
distorcemos, em nossa ignorância e  má vontade, e  transformamos em mal, mesquinhez, ódio,
crueldade, negação e destrutividade. Sob a dor que sentimos, quando aquilo que queremos nos é
negado, existe uma intencionalidade negativa que deliberadamente distorce e desvia o que era
originalmente positivo. Podemos achar essa negatividade intencional em nós mesmos quando
cavamos suficientemente fundo. Descobrimos que nós queremos ferir, retirarmo-nos, apenas
receber, mas não dar.

Essa negatividade está incrustada naquilo que chamamos de Eu Inferior. Esse Eu Inferior é
egoísta, centrado em si mesmo. Ele não acredita nas pessoas, em ser aberto, no Universo. Ele quer
agarrar tudo para si mesmo. Tem três características básicas: vontade própria, orgulho e medo. Ele
tem que ter tudo à sua maneira, imediatamente. É orgulhoso de si mesmo, coloca-se acima dos
outros. Mas também é medroso porque a sua vontade própria está sempre em perigo, seu orgulho
está sob constante risco de ser ferido. Essa é uma parte bastante infantil e pouco desenvolvida em
todos nós. É a parte de nós onde está abrigada nossa feiúra e a qual encobrimos com o nosso eu-
máscara.

Neste trabalho nós expomos o nosso eu inferior uns aos outros e assumimos a
responsabilidade por ele. Fazemos isso em nossas sessões individuais e nos grupos de bioenergética,
mas muito mais nos grupos "Pathwork".  

Nesses grupos não empregamos técnicas específicas. Deixamos que o processo tome seu
rumo organicamente e todos ajudamos uns aos outros. Freqüentemente ocorre que duas pessoas que
têm algum conflito confrontam-se para descobrir o que realmente está ocorrendo; o processo
normalmente começa com um culpando o outro, então prossegue com a exposição em nós mesmos
do quanto desejamos humilhar ou ferir a outra pessoa. Entramos em contato com a dor que estamos
causando e com a dor que levamos em nós mesmos; apropriamo-nos da nossa destrutividade e
vemos de onde ela vem: do eu inferior, assustado e negativo. À medida que liberamos tais
sentimentos negativos, uma mudança ocorre, quase miraculosamente, e nós entramos em contato
com a nossa suavidade, nossa vulnerabilidade. Quando aceitamos o negativo em nós mesmo e nos
outros temos a experiência de que, quando expomos a parte suave e vulnerável que tínhamos
ocultado, ninguém vai nos ferir. E mesmo que realmente sejamos feridos, como é inevitável algumas
vezes, podemos suportar a dor. Deixar a dor entrar é um belo sentimento. É suave, tranqüilizante e
regenerador.

A maior dor é causada pela negação, em nós mesmos, do que temos de melhor. Reprimir
nosso amor, nossa doação, nossa confiança, nossa compaixão, nossa criatividade. Porque, então,
vamos contra a vida. Porém todos nós fazemos isso na medida em que reprimimos os nossos
sentimentos negativos. Não é possível reprimir um tipo de sentimento sem reprimir os outros e isto,
também, é uma lei. Portanto, quando começamos a reter o nosso ódio, a nossa insinceridade, nossa
manipulação, nossa crueldade, etc., também bloqueamos os nossos bons sentimentos. Quanto mais
você se afasta das suas negatividades, mais se afasta dos sentimentos  que afirmam a vida. Não
poderia ser diferente. O bloqueio atinge tudo.

E isso nos leva a outro princípio básico: reconhecer os nossos sentimentos, assumir a
responsabilidade por eles, mas não agir de acordo com eles. O que isto significa?

Por exemplo, alguém me irrita, ou melhor,  eu penso que ele me causa irritação. Então, no
decorrer do Pathwork, eu percebo que estou com muita inveja dessa pessoa, por minhas próprias
razões, e que a odeio. Eu quero machucá-la, e esta é a verdade do momento. Eu reconheço isso, mas
e daí? Se essa pessoa está no trabalho do Pathwork eu posso chegar até ela e dizer: "eu gostaria de
resolver algo com você, em grupo;" e lá é possível expressar o ódio, a inveja, a insegurança que estão
sob tudo isso e resolver o problema. Essa é uma situação segura. Mas naturalmente eu não posso ir
até alguém no meu local de trabalho e dizer "eu odeio você", ou simplesmente bater-lhe na cabeça.
Eu tampouco quereria continuar a agir segundo o meu ódio por ela, encobrindo-o e atingindo a
pessoa de outras maneiras mais sutis, como costumava fazer. Ambas são maneiras de expressar o
ódio. Porém, ao reconhecer o sentimento eu posso usar a minha boa vontade e dizer a mim mesmo:
"eu quero matá-la, mas isso é porque eu tenho raiva, ódio e inveja em mim. Ela poderia até ser do
jeito que é, mas se eu não tivesse meus sentimentos negativos, eu não poderia querer matá-la. Seu
comportamento pode desencadear em mim esses sentimentos, mas ainda assim tais sentimentos são
meus. Ela não os causa. Quando atingimos esse ponto estamos um degrau acima na escada para a
autopurificação. 

E talvez eu devesse ter começado por dizer que, essencialmente, este é um caminho de auto
purificação como um valor em si mesmo e não para nos livrarmos de certas manifestações
desagradáveis em nossa vida. É o nosso Eu Espiritual que busca a purificação, que procura a união
com a força criativa da vida, com Deus. O fato da nossa vida tornar-se mais satisfatória, de nos
acharmos em menos situações negativas, é um subproduto desse esforço dirigido. É talvez por isso
que esse caminho nunca finda. Vamos sempre mais e mais fundo e, também, cada vez mais alto. O
caminho dirige-se para cima, para baixo, ou ambos, na forma de um espiral. A medida que
penetramos mais fundo em nós mesmos, reconhecermos os mesmos erros, as mesmas atitudes
destrutivas, as mesmas concepções errôneas afetando camadas sempre mais profundas da nossa
consciência e por vezes parece-nos andar em círculos. Mas o movimento é em espiral e, à medida
que elevamos nossa consciência,  liberamos cada vez mais energia que flui do negativo para o
positivo. E também, à proporção que percebemos como nós causamos aquilo que experimentamos,
uma nova esperança penetra em nossas vidas.

A maioria das pessoas acredita-se vítima das circunstâncias. Elas chafurdam na autopiedade e
pensam que a vida é vazia de esperança. Estão submetidas ao acaso. Porém, no instante em que
alguém enxerga como cria a sua própria vida, sabe que ela muda, muda também a sua criação. A
experiência dessa verdade advém do trabalhar-se a si mesmo. As conexões tornam-se muito claras.
Uma das maneiras de fazer isso é olhar para a nossa vida presente e analisá-la. Em que área eu estou
insatisfeito e frustrado? Nas áreas em que há mais insatisfação deve haver uma atitude negativa
interior correspondente; esta, por sua vez, é causada por uma concepção falsa subjacente.
Freqüentemente as pessoas perguntam: "por que eu nunca posso ter um belo relacionamento? Eu
quero tanto amar e ser amado e sinto que estou pronto para isso". Pode ter certeza que ele, ou ela,
não está realmente pronto; que mesmo que ele pense assim conscientemente, o inconsciente solapa
o desejo consciente. É por isso que temos que encontrar essas distorções inconscientes. É também
uma responsabilidade àqueles que fazem objeções ao nosso caminho alegando que damos ênfase
excessiva às negatividades. Infelizmente as atividades negativas existem e nos causam muito dano. Se
não forem reconhecidas e expostas elas prosseguem o seu trabalho destrutivo. Muitas pessoas
acreditam que a verdadeira espiritualidade consiste na negação do que há de negativo em nós e no
cultivo da relação com o Eu Universal, com o Um. Na verdade, é possível cultivar esse lado, praticar
a meditação transcendental, evitar cometer atos violentos, etc., e podermos chegar a experiências
temporárias de beatitude. Contudo, lá onde não estamos purificados, lá onde odiamos, nós
permanecemos os mesmos. Nós podemos cultivar aquela parte de nós que já está purificada, que é,
digamos, criativa nas artes, de perspectiva espiritual, com qual não temos conflito. Mas as áreas que
negligenciamos ainda permanecem à espreita, esperando para usar seus truques sujos na primeira
oportunidade. Portanto esse foco no que é negativo é também um método bastante prático para
estabelecer um modo de vida mais harmonioso e satisfatório para nós mesmos. Acredite, se você dá
de frente com um aspecto negativo em você mesmo que nunca havia sido notado antes, não foi o Palestra

Pathwork que o colocou lá. O verdadeiro sinal de que estamos a caminho da saída de um problema
específico é sempre uma experiência liberadora. Sente-se que uma porta se abriu para uma nova
vida. Se um reconhecimento não traz com ele esse sentimento, isso significa que é apenas um
reconhecimento parcial que aponta  o caminho para uma exploração mais profunda.

O caminho é cheio de alegria. Cada passo adiante traz um sentimento instantâneo de leveza e
esperança. Quando é que alguém realmente se sente bem? Quando esse alguém não mais luta contra
a realidade, quando flui com o Universo; quando pensa, sente e age de forma positiva sem esforço,
de maneira quase involuntária, como o bater do coração, como o respirar, como o rolar das ondas
do  oceano em direção à praia, mas estando plenamente consciente desses movimentos. Significa ser
receptivo e expansivo, ativo e passivo, de uma maneira intuitiva; não resistir ao fluxo do Universo,
mas estar com ele. Para isso temos que aprender a abandonar o pequeno ego com sua vontade
própria e quanto menos tivermos que nos defender contra o dano real ou imaginário por acreditar
na orientação interna que está sempre à nossa disposição, mais podemos nos permitir estar imersos
no fluxo universal. Aquela parte de nós que o quer sinceramente, que, na realidade, é parte desse
fluxo é o nosso Eu Superior. E esse Eu Superior é o nosso melhor guia neste caminho. Ele  está
sempre disponível, SE NÓS O QUISERMOS, se quisermos fazer contato com ele. Nós sempre o
ativamos em nossas meditações.

Imaginemos, por exemplo, que nós nos sentimos vagamente intranqüilos e não sabemos o que
nos incomoda. Decidimos meditar, mas nossos pensamentos não o permitem. Em tal situação
podemos dizer: Eu quero ativar o meu Eu Superior para que ele me ajude a encontrar a verdade.
“Qual a verdade do momento? A resposta pode ser:" Eu não quero realmente meditar; não quero
realmente descobrir a verdade porque ela pode ser muito incômoda." Quando expressamos isso, que
é  a verdade do mundo, nós já estamos meditando. Podemos até cerrar os punhos e bater na cama
para assumir a responsabilidade pelo desprezo, pela raiva ou pela frustração que estamos
experimentando. Isso vai ativar mais energia. Então talvez estejamos prontos para sentarmo-nos
novamente e expressarmos aquele primeiro desejo: estar em verdade. "Por que estou intranqüilo e
frustrado?" Podemos instruir o nosso Eu Superior para que deixe o eu inferior manifestar-se, de
forma que possamos olhar para ele, reconhecê- lo e trabalhar com aquilo que vemos. Esse é um tipo
muito simples de meditação, porém extremamente útil pois ao invés de nos afastar de nós mesmos,
da nossa responsabilidade, ele nos aproxima dela. A resposta do momento poderia ser - como
freqüentemente acontece comigo - que eu deveria estar fazendo algo e estou protelando. Eu não
queria realmente ouvir isso; eu na verdade gostaria de ouvir que tudo se deve ao fato da minha mãe
não ter tido leite suficiente quando eu era um recém nascido,  mas infelizmente essa é a realidade. Eu
deveria estar fazendo aquilo que evito fazer. 

Então, chegamos até aqui na meditação, na busca pela verdade. E agora? Por que evito fazer o
que devo? É por desprezo? A quem eu desprezo e por que? Vale a pena fazer isso? Qual o preço que
estou pagando por esse desprezo? Estou preparado para pagá-lo? A resposta provavelmente é não.
Eu quero ir até o fim, sem pagar o preço. 

Neste ponto eu reconheço em quantas outras áreas eu também quero exatamente isso e o alto
preço que estou pagando. Agora eu tenho escolha. Posso fazê-lo ou não, mas então eu aceito Palestra do
conscientemente o preço que tenho que pagar. Em qualquer dos casos eu estou em verdade, eu sou
honesto. A intranqüilidade e a vaga ansiedade terão passado.

Nós consideramos muito espiritual esse tipo de meditação. Ela não é difícil de tentar. Mas
para praticá-la, como também para entrar nesse caminho e permanecer nele, é preciso uma vontade
positiva, um desejo sincero de mudar, um abandono do  nosso ego pequeno e fraco; uma confiança
no Universo, em sua abundância que está disponível para nós se nos abrirmos para ele. Como o
Guia diz, deixar ir - permitir a Deus.

Podemos também dizer que neste caminho trabalhamos em direção à maturidade emocional,
isto é, em direção à capacidade  de amar e de dar. Essa capacidade está em todos nós. Cabe-nos abrir
as portas.  

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Hemisférios cerebrais / descrição comovente da neurocientista Jill Taylor

Este é um tema crucial para nós. Esta cientista teve um derrame que afetou seu hemisfério esquerdo e pôde vivenciar de modo profundo a cognição exclusivamente do hemisfério direito. E percebeu que para termos uma vida bonita, pacífica, verdadeira, precisamos acessar esse hemisfério - que é muito pouco acessado devido à nossa educação essencialmente voltada para o modo de funcionamento do hemisfério esquerdo - centrado num "eu" separado de tudo o mais, que julga ,separa e analisa tudo através do incessante falatório conceitual linear verbal. O hemisfério direito funciona através da percepção do todo, do fluxo misterioso e extasiante da Vida Maior, através de dados sensoriais e de um outro tipo de linguagem.Obviamente temos os dois hemisférios para que os dois funcionem, mas o hemisfério direito é primordial e o esquerdo é secundário, o hemisfério direito não é exclusivista e egocentrado, portanto inclui harmoniosamente as percepções do hemisférios esquerdo. O esquerdo tende a excluir as percepções advindas do hemisfério direito, que permanecem num nível subconsciente e inconsciente. o resultado é um modo frio, manipulador, competidor e agressivo de se "relacionar" com tudo (inclusive consigo próprio).