O Silêncio é o estado natural do homem, da consciência. Estranhamente, nós, como espécie, conseguimos adulterar isso. não o estado em si, mas o viver de acordo com esse estado. conseguimos criar um outro estado, de ruído constante, e agimos de acordo com esse “novo” estado. Por ser seu estado natural, só através do silêncio o homem pode se perceber como parte integrante e integrada da natureza.
O estado “moderno” comum do homem é outro, porém. É o estado
do ego – um discurso ansioso constante ao redor de uma idéia insustentável de
si. E tal estado, por não ser natural, está em desacordo com a Natureza. O ego
é o grande inimigo da natureza, e por natureza entenda-se quase tudo – insetos,
vento, vegetação, oceanos, estrelas, outras pessoas, órgãos internos, etc.
Se o homem não retornar ao seu estado natural, de silêncio
interno, só o que ele pode expressar são atos desesperados de violência,
explícitos ou disfarçados. Só o que ele pode criar são invenções contrárias à
vida, ao silêncio, à harmonia.
Só re-encontrando seu estado natural, o homem pode se
transformar num ser natural, e o homem natural é naturalmente cósmico. Digo
isso, pois hoje há uma forte tendência aos assuntos esotéricos, secretos,
ocultos e “cósmicos”. Muito se fala em Mestres Ascencionados, Fraternidade
Branca, Federação Galática, pleidianos, arturianos, guardiões estelares e esse
tipo de coisa. há um grande número de pessoas desejosas de se tornarem
cósmicas, de se informarem sobre as hierarquias espirituais que coordenam os
universos, de saberem as grandes leis que regem a vida – e muitas não percebem
que enquanto não se tornarem simples,
naturais, não poderão ser cósmicas. A única coisa que não é cósmica (ordenada)
é o ego (caos estéril). um esclarecimento – quando digo homem natural, não me
refiro ao selvagem ou aos indígenas, embora estes sejam muito mais naturais que
a maioria de nós.
O natural é o silêncio interior que nos conecta à fonte, que
é o infinito. O natural do homem é ser um criador, criar à si através de um
alinhamento consciente com o Superior Omnipresente.
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